Na última semana de agosto, defendi em plenário e pedi para que meus colegas vereadores apoiassem a lei de outro colega, que cria faixas exclusivas para a presença de cães na praia. O projeto de lei foi aprovado logo após a minha fala, reproduzida em video aqui no fim deste post. Entretanto cabem algumas considerações.
Ao defender o projeto na Câmara, destaquei o direito ao lazer e o direito de ir e vir dos animais. Também expliquei que se os animais estiverem vermifugados e vacinados não oferecem qualquer risco de doenças ou contaminação. Porém, a dificuldade de aplicação desta lei não está nos animais, mas sim nas pessoas. DE que maneira elas se comportarão com cães na praia?
Será que os tutores respeitarão as faixas delimitadas para circulação dos animais? Será que recolherão as fezes de seus cães? Será que vigiarão seus animais para que não briguem entre si ou para que não mordam banhistas e crianças? Não são maus-tratos deixar um cachorrinho muitas horas sob o sol do verão carioca? Quem fiscalizará as cadernetas de vacinação para saber se os animais estão aptos a frequentar a praia?
QUEM FISCALIZARÁ OS CÃES NA PRAIA?
Sigo defendendo o direito de irmos à praia com nossos cães. Mas, quando vejo a omissão generalizada da prefeitura na causa animal, fico receoso quanto à forma como essa lei será regulamentada e fiscalizada pelo poder público. Para comprovar a inoperância da prefeitura na causa animal, basta ver a quantidade cada vez maior de animais abandonados nas ruas.
Antes de garantir aos animais o direito de irem à praia, precisamos seguir lutando para que eles tenham direito a políticas públicas realmente eficazes de castração, assistência veterinária, acolhimento e adoção. Não temos nada disso hoje. E nessa situação, garantir cães na praia é literalmente tapar o sol com a peneira.
A POLÊMICA DOS CACHORROS NA PRAIA
A POLÊMICA DOS CÃES NA PRAIA Na última semana defendi em plenário e pedi para que meus colegas vereadores apoiassem a lei de outro colega, que cria faixas exclusivas para a presença de cães nas praias. O projeto de lei foi aprovado logo após a minha fala, reproduzida aqui neste post. Entretanto cabem algumas considerações.Ao defender o projeto na Câmara, destaquei o direito ao lazer e o direito de ir e vir dos animais. Também expliquei que se os animais estiverem vermifugados e vacinados não oferecem qualquer risco de doenças ou contaminação. Porém, a dificuldade de aplicação desta lei não está nos animais, mas sim nas pessoas.Será que os tutores respeitarão as faixas delimitadas para circulação dos animais? Será que recolherão as fezes de seus cães? Será que vigiarão seus animais para que não briguem entre si ou para que não mordam banhistas e crianças? Não são maus-tratos deixar um cachorrinho muitas horas sob o sol do verão carioca? Quem fiscalizará as cadernetas de vacinação para saber se os animais estão aptos a frequentar a praia? Sigo defendendo o direito de irmos à praia com nossos cães. Mas, quando vejo a omissão generalizada da prefeitura na causa animal, fico receoso quanto à forma como essa lei será regulamentada e fiscalizada pelo poder público. Para comprovar a inoperância da prefeitura na causa animal, basta ver a quantidade cada vez maior de animais abandonados nas ruas. Antes de garantir aos animais o direito de irem à praia, precisamos seguir lutando para que eles tenham direito a políticas públicas realmente eficazes de castração, assistência veterinária, acolhimento e adoção. Não temos nada disso hoje. E nessa situação, garantir praia aos cães é literalmente tapar o sol com a peneira.
Posted by Dr. Marcos Paulo on Friday, August 30, 2019